A perda de peso saudável, isto é, realizada sem dietas restritivas e deficientes em nutrientes, não provoca alterações hormonais significativas. No entanto, quando o índice de massa corpórea (IMC) cai para níveis considerados abaixo do normal (IMC <18), podem ocorrer mudanças na produção de hormônios sexuais e tireoidianos. Os neurotransmissores cerebrais e gastrointestinais, que controlam a fome e a saciedade, operam em equilíbrio. Quando o indivíduo ganha peso, esse equilíbrio é desestabilizado, resultando em um aumento da fome e uma redução da sensação de saciedade, o que facilita o ganho de peso adicional. O emagrecimento, ao restabelecer o peso ideal, ajuda a recuperar esse equilíbrio. Entretanto, a manutenção do peso perdido é uma tarefa tão difícil quanto a própria perda de peso e depende de diversos fatores, incluindo aspectos hormonais e o estilo de vida.
Estresse crônico é um fator significativo que desestabiliza hormônios como insulina, leptina e T3, além de afetar os neurotransmissores responsáveis pelo controle da fome, aumentando o apetite. Pessoas estressadas frequentemente apresentam uma rotina alimentar desorganizada, ignoram os sinais de saciedade, tendem a beliscar mais, reduzem a atividade física e recorrem a mecanismos compensatórios de satisfação, como o aumento do consumo de doces e álcool.
A privação de sono é outro fator que afeta o controle do peso. Ela desencadeia um aumento do apetite e uma redução do metabolismo, numa tentativa do corpo de economizar energia e manter o indivíduo mais alerta. Noites mal dormidas prejudicam as secreções hormonais e favorecem o acúmulo de gordura. O controle do peso, portanto, depende de uma sincronia entre várias áreas:
– Qualidade e controle alimentar;
– Atividade física,
– Qualidade do sono;
– Equilíbrio hormonal e psicológico;
– Saúde orgânica.
Todos esses fatores devem ser harmonizados para alcançar e manter o peso ideal de forma saudável.
Por Dra. Cláudia Cozer – CRM 72015 l RQE 42422