A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou recentemente que 72% dos brasileiros sofrem de doenças vinculadas ao ato de dormir, entre elas, a insônia. Isso pode ser a explicação para a popularização do Zolpidem, fármaco indicado para o tratamento de curta duração da insônia aguda ou transitória em pacientes com dificuldade para adormecer e/ou manter o sono.
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 2011 e 2018, a venda do remédio cresceu 560% no Brasil. Só em 2020, foram comercializadas 8,73 milhões de caixas em todo o país. No entanto, o problema da comercialização deste e de outros fármacos disponíveis no mercado está no seu uso excessivo e sem prescrição médica.
O Dr. Rizzieri Gomes, cardiologista focado na mudança do estilo de vida (MEV), é enfático ao recomendar que se evite os medicamentos para dormir e que jamais se faça uso deles sem a devida orientação de um profissional de saúde, pois o seu uso pode desenvolver alguns riscos como a dependência e a intolerância.
“A dependência pode ser química ou emocional. Quando ela acontece, a pessoa passa a acreditar que não vai conseguir dormir sem a ajuda do remédio. O que começa com a necessidade devido a um evento específico, muitas vezes uma situação traumática, e pode acabar se perpetuando por muito tempo”, detalha o médico.
Ainda segundo especialista, na intolerância “o usuário sente a necessidade de aumentar gradativamente a dosagem, às vezes chega a trocar por um com ação mais intensa ou mesmo a usar mais de um e não consegue deixar de usar”.
O Dr. Rizzieri Gomes recomenda que, caso haja suspeita de transtorno de insônia crônica, o paciente procure um médico para conseguir fazer esse diagnóstico. A 3ª edição da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD) define esse transtorno a partir dos seguintes sintomas:
Isso tudo acompanhado de:
Segundo o Dr. Rizzieri Gomes, existem cinco ações para a chamada ‘higiene do sono’ que podem preparar o organismo para dormir e ajudar quem estiver com problemas de insônia, são elas:
Por Mariana Paker